Tive, provavelmente, uma das minhas maiores satisfações pessoais e profissionais dos meus longos 26 anos de carreira (... mais dois de bónus, num cenário em que os quatro deviam ser uma realidade, por culpa de um ECD nunca devidamente regulamentado e que penou alguns anos a uns tantos milhares de professores) ao estar presente na maior manifestação de docentes na história da Educação em Portugal. Motivos há-os suficientes. Podem-se contar as numerosas medidas políticas que este Governo têm provocado não só no sistema, mas essencialmente na vida das escolas e dos seus profissionais. Depois de 120.000 docentes estarem presentes na manifestação 8 de Novembro em Lisboa, eis que uma afirmação da Senhora Ministra da Educação me entristeceu e que me equaciona se vale a pena ser Presidente do Conselho Executivo de uma escola em Portugal, dizia a Senhora Ministra "que a excessiva carga de trabalho se devia, também, à falta de organização das escolas".
Não poderia estar mais triste com esta afirmação, pessoalmente passo entre dez a doze horas diárias na minha escola para conseguir alguma eficácia na organização e no funcionamento da monstruosa máquina em que tornaram as escolas públicas portuguesas
Dei sempre o meu melhor pela Educação e por Portugal e eis que sou sacudido e provavelmente "trucidado" desta maneira.
Sinto-me ultrajado e humilhado. Nunca imaginei que num país europeu, tivessemos uma Ministra da Educação que tratasse tão mal os seus profissionais.
É uma questão de honra e de dignidade aquilo que fazemos pela Educação e por Portugal.
Não me revejo, sinceramente, nesta política da acusação gratuita e da irresponsabilidade.
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